sábado, 28 de agosto de 2010

A última peça de seu coração

Ele continua a espera.
Esperando por ela, que há tempos o deixou. Seu coração ainda está espalhado por aí, tentando achar o caminho certo, tentando achar a combinação certa para voltar a ser o que era. Mas parece que nada funciona. Nenhuma combinação está certa, ainda falta uma peça, que continua perdida por onde eles andavam. Não. Essa peça não está perdida, está com ela. Será mesmo isso? Sim, é isso. Quando ela se foi, levou uma peça do quebra-cabeça de seu coração junto.

Ele continua a espera.
Esperando por ela, que há tempos o deixou. Seus olhos não tem mais o brilho que iluminava a todos, seu sorriso não contagia mais a todos, pois ele continua escondido dentro de sua boca, que se recusa a abrir, nem que seja por um milésimo segundo, nada mais o faz sorrir. Ele não tem mais sonhos, mas sim pesadelos. Ele sonha com ela, mas não com a graça que ela possui, mas sim com as palavras que ela soltara da última que se viram:
- Não dá mais... Adeus.

Ele continua a espera.
Esperando por ela, que há tempos o deixou. Tardes pensando naquele sorriso, que tanto o fascinava, naqueles olhos, que tanto o hipnotizavam, no amor que ele tanto desejava.
Lágrimas já não escapavam, ele já se acostumara com a dor de tal perda. Mas ainda procurava pela última peça do quebra-cabeça, pela última palavra do enigma, pela última peça da combinação.

- Você ainda me espera? - sussurrou a voz que tanto ele esperava ouvir.
- É claro, nunca deixarei de te esperar. Você é a minha vida, ainda não compreendeu isso? - continuava de costas.
Sorriu. - Mesmo depois de tanto tempo... Seu amor não mudara em nada? - continuava curiosa.
- Mudou sim. Mudou pra melhor, ele aprendeu a sofrer, a esperar... Por você.
- Como você consegue? - disse indignada em meio as lágrimas. - Mesmo depois de te ter feito sofrer... Ainda diz essas coisas para mim? Eu não mereço isso... Essas palavras... Esse seu jeito doce...
- Realmente você não compreendeu nada ainda... O meu amor por você, pode superar tudo, ele é incondicional, irracional... - se virou. Seus olhos novamente brilharam. Aquele rosto angelical... Era tudo o que ele precisava.
- Eu te trouxe uma coisa, que... Levei comigo quando me fui...
- O que?
- A última peça de seu coração. - sorriu, novamente o fascinando com aquele sorriso.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A primeira pedra já se desfez

Tudo, tudo faz parte do meu colar de lembranças. Nossas conversas bobas, mas que hoje, são mais do que preciosas para mim. Cada xingamento, cada palavra, cada sorriso, cada olhar. Todas essas coisas são pedras preciosas que compõem o meu colar de lembranças. Mas infelizmente, sinto que a cada dia, essas pedras vão se desfazendo pouco a pouco...

A primeira já se desfez por completo, o nosso amor. O primeiro amor, o meu primeiro amor. Nunca assumido. Mas perceptível aos olhos de qualquer um, menos ao nosso. Eram tantos avisos desse sentimento, mas parecia que lutávamos contra ele. Um erro. Um grande erro. Será meu ou seu? Certamente dos dois. Mas certa vez, te vi me observando, a um passo do que poderia ser uma linda história, mas não foi. E desta vez, sei que o erro foi meu, fui eu que fugi, fui eu que não te esperei me alcançar, fui eu que não deixei você falar, nem sequer te dei tempo, apenas saí.

Preferi te deixar no vazio, sem palavras, observando eu me afastar cada vez mais, até que existisse uma distância suficiente para acontecer tudo o que aconteceu. Será que eu tivesse te ouvido, você ainda estaria aqui? Ainda estaria aqui, ao lado dos seus amigos e de alguém que já te amou profundamente? Será que eu ainda te amaria? E será que nunca teria amado ele, que infelizmente amo agora? Perguntas que ficarão sem uma resposta, porque você não está perto o suficiente para me ouvir perguntando, não está perto o suficiente para me responder em um tom que eu possa escutar.

Mesmo esse amor não tendo realmente acontecido, ele render boas risadas e lembranças, que o tempo vem apagando lentamente. Eu luto contra isso, mas as minhas forças não são suficientes, é preciso de mais alguém lutando, ao meu lado. Mas você se foi, e dessa vez definitivamente. Você não está mais aqui, para me estender a sua mão, e lutar junto a mim contra o tempo, que insiste em nos fazer esquecer. E será que você já se esqueceu? Ou o tempo só está lutando contra mim? Contra as minhas lembranças?
Está cada vez mais difícil mantê-las firmes em minha memória.

Não tem mais volta, não é? Não tem mais como lutar contra o tempo? Não existem mais maneiras de reconstruir essa pedra? Isso é uma pena...



Não. Eu não vou parar de lutar. Lutarei até a última gota de todas as minhas forças. Até o último segundo, não tenho porque desistir, lutarei por cada pedra desse meu colar. Sempre.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tan sublime como un ángel...

Aos poucos, você foi aparecendo na minha vida, me fazendo rir com suas poucas palavras, e depois de um ano de pouca convivência, nossos caminhos se cruzaram, e nossos sorrisos se encontraram.
E lá estava uma nova amizade, formada aos poucos, lentamente, mas que mais tarde, resultou em uma forte e inseparável dupla.

Desde aquele dia, você se tornou uma parte de mim, se tornou a minha base, e quando a ignorância e a distância se tornaram mais fortes do que eu, mesmo não querendo aceitar isso, por algum tempo, você se foi, e sumiu da minha vista, do meu alcance. E automaticamente, a minha base sumiu, e mesmo tentando esconder, eu estava triste, angustiada. Por que eu sempre tinha que fazer tudo errado? Por que eu não consigo acertar com as pessoas que mais amo? Com as que mais me importo? Eu sempre erro, sempre faço tudo errado, é como se eu errasse de propósito, para só depois perceber o que realmente perdi. Mas felizmente, tudo se resolveu, graças à você, porque se dependesse mim, mais uma vez eu perderia alguém que me faz feliz.

Com esse teu jeito único, que me faz rir nas piores situações, que me faz rir sempre, porque junto contigo, não consigo ficar triste, o sorriso que se instala em meu rosto, é automático, pois sei que ao teu lado, eu posso sorrir sem medo, posso desabafar com a esperança de ouvir algo útil, posso falar algo esperando o teu comentário idiota de sempre, que me faz gargalhar, e depois, me lembro dessa tua frase, e rio novamente, sem nenhum motivo, aliás, com um motivo, você.

Foi no teu ombro que derramei aquela lágrima, que me fez revelar tudo o que estava sentindo, que me fez depositar toda a minha confiança em ti. Foi nos teus braços que encontrei segurança e aconchego, que pude me sentir imune à qualquer coisa que pudesse me ferir. Foi no teu sorriso que encontrei a felicidade que em mim faltava. Foi na tua paciência que pude contar tudo, cada detalhe. Foi na tua segurança, na tua confiança, que pude deixar de ser aquela garota covarde e amedrontada com o mundo. E foi em você, que encontrei um amigo de verdade, um irmão de coração, um porto seguro e indestrutível.

Você me faz sorrir, me faz brincar. Você não me julga por algo de errado que fiz, mas sim me alerta desse erro, com a intenção de tentar me ajudar a melhorar. Você me fez viva, quando ele me fez morta. Você é o meu anjo, aquele que me trouxe a paz que há muito não sentia. Você é você, e por isso só tenho a te agradecer, sempre.

Ainda não sei como consegui te encontrar. Será uma armadilha ou um milagre do destino? Como posso confiar tanto em ti? Quer saber, não importa. Só sei que encontrei paz, no brilho dos teus olhos. Como é bom saber que ainda existem pessoas em quem posso confiar completamente, pelo menos é isso que penso. Mas se isso é somente mais uma brincadeira que o destino me prega, aí já não posso fazer nada, somente lamentar por mais uma perda...
Mas por enquanto, não lamento, só agradeço.

Obrigada por sempre estar ao meu lado.
Obrigada por não fugir por alguns pensarem algo que não existia.
Obrigada por não desistir da nossa amizade, mesmo quando a ignorância tomou conta de mim.
Obrigada por me transmitir segurança e paz.
Obrigada por me fazer sorrir sem motivos.
Obrigada por correr atrás, e não desistir assim como eu fiz.
Obrigada por não deixar a distância interferir.
Obrigada por ser meu amigo.
Obrigada por ser você.


Um grande beijo para ti, meu querido amigo!

sábado, 7 de agosto de 2010

Lá estava ela novamente...

Lá estava ela novamente, sentada naquela mesma mesa, daquela mesma lanchonete, como em todas as outras tardes, à uma quadra de seu colégio, era esse o ponto de encontro de praticamente todos os alunos da escola. Mas ela não ia frequentemente a esse lugar, pois se encontrava com seus amigos, não. A única coisa que ela ia encontrar nessa lanchonete, era a solidão, a solidão de sempre. A solidão que convivia diariamente com ela, e que nunca a abandonara desde aquele dia. Um piscar de olhos, um instante, e tudo estava acabado. Sua vida estava acabada. Para ela, aqueles dois seres, eram os únicos motivos de sua felicidade, de sua existência, mas tudo se fora, em questão de segundos.

Depois do acontecido, toda vez que ela fechava os olhos, um flash de imagens lhe vinha à cabeça, a fazendo lembrar de cada detalhe daquela triste noite. Graças a tudo isso, foi morar com sua tia em outro estado, que não era lá melhor que seus pais, se é que podem ser chamados assim. Nunca, nunca em sua vida, nenhum dos dois se importara com ela, ela era somente mais um peso em suas vidas, um lixo. Mas não se deixava abalar por isso, pois tinha eles, seu irmão e seu melhor amigo. As únicas pessoas que se importavam com seu bem estar, com sua alegria. E sua vida, era resumida à eles dois, ninguém nunca a fez tão feliz quanto eles fizeram. Mas por pouco tempo, infelizmente. Eles a salvaram, deram suas vidas para salvá-la, pois não havia outra coisa com que se importavam, senão ela. Tudo aconteceu ali, bem na sua frente. Por um segundo fechou seus olhos, e pôde sentir a faca penetrando seu peito, e alcançando seu coração. Mas não foi real, não foi nela que a faca penetrou, não foi seu coração o perfurado, o que parara de bater. Primeiro, foi seu irmão, e depois, sem piedade alguma, seu melhor amigo, que dera sua vida para ela fugir, mas não o fez, ficou ali, chorando desesperadamente pela morte de seus dois anjos. E os outros seres que ali a cercavam, gargalhavam e a zombavam cruelmente. Ainda tinham em mente, mais uma morte para esta noite, mas fora salva por um carro de polícia que fazia a ronda noturna pela cidade. Mas para ela, de que importava continuar a viver? Sua vida se fora, quando eles se foram. Mesmo depois de se mudar, continuou em sua "patética vegetação", como ela mesma gostava de chamar.

Naquela lanchonete, vários sorrisos lhe eram direcionados, mas a única coisa que aqueles alunos realmente conheciam dela, era sua ignorância. Alguns mais simpáticos lhe soavam um 'oi' singelo e cuidadoso. Mas nada a fazia falar algo, nem mesmo a garçonete, que já acostumada com o silêncio vindo dela, sabia exatamente o seu pedido. "Um café expresso saindo", dizia a garçonete enquanto ela se sentava, sim, até o horário de sua chegada nunca mudava. 13:15, em ponto.

Enquanto tomava seu café, somente observava as pessoas, era seu hobby. Ela observava à todos, seus sorrisos, a felicidade estampada em cada rosto. E hoje em particular, um trio lhe chamou atenção: dois garotos e uma garota, muito felizes por sinal, brincavam, riam. Aquela imagem lhe trazia lembranças, trazia à ela, a nostalgia de um dia ter sido feliz desse jeito. E então pensava: "será que algum dia poderei voltar a ser feliz como era antes, antes do trágico assassinato? Será que algum dia, meus fones de ouvido e meu capuz, deixariam de ser meus escudos e melhores amigos? Será que um dia, eu realmente me recuperaria desse estado lastimável?"
De nada ela sabe. De nada eu sei. Só sei que lá continua ela, naquela mesma mesa, daquela mesma lanchonete, com aquele mesmo pensamento em mente.

"Será que algum dia poderei sorrir novamente para o mundo?"
_______________________

1º: Essa garota não sou eu.
2º: Isso é como um texto, que de repente me veio à cabeça, então decidi escrever. Adoro escrever coisas nesse estilo.
3º: Provavelmente, ainda verão textos como esses no meu blog.
4º: Beijos à todos! Obrigada.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Blogs Selo De Ouro


Primeiramente, eu queria agradecer de coração pela indicação do Blog Selo De Ouro pela Evelyn: http://folhasdemeuoutono.blogspot.com/
Recomendo DEMAIS o blog dela, suas palavras são extremamente lindas, elas me tocam profundamente, de verdade.
Obrigada mesmo Evelyn!

Ao aceitar receber este selo, os indicados devem cumprir quatro procedimentos básicos:
Colocar a imagem do selo no seu blog;
Indicar o link do Blog que o indicou;
Indicar outros blogs para receberem o selo;
Comentar nos blogs dos seus indicados sobre este selo.

E os meus indicados ao Blog De Ouro são:

Beatriz Pazoto Gomes - http://beatrizpazoto.blogspot.com/

beijosmil à todos!