quarta-feira, 27 de julho de 2011

Uma história, parte 2

Uma história, parte 2

Depois de cinco ou dez minutos cheguei até a cachoeira. Nesse verão a cachoeira estava baixa, não muito forte e com pouca água, mas continuava linda. Primeiro tirei meu short jeans azul claro e depois a blusa de alcinha, soltei o cabelo, deixei a rasteirinha em um canto junto com a roupa e mergulhei. Eu usava meu biquíni preferido, roxo com um lacinho na alça esquerda da parte de cima e detalhes abstratos, era lindo. Como de costume mergulhei até o fundo, procurando pedras de formatos e cores diferentes, quanto mais diferente melhor. Juntei algumas pedras e as coloquei na beira do rio, mergulhando novamente, dessa vez só sentindo a vibração da água que batia no fundo do rio, observando a maravilha que se formava desde o topo da cachoeira até o final. Enquanto mergulhava avistei uma pedra diferente, um tanto colorida, sendo que seu formato podia facilmente lembrar uma estrela com brilhos nas pontas, era linda. Nadei até a pedra, mas antes que eu pudesse pegá-la, uma mão – maior e mais rápida – pegou-a primeiro, fui até a superfície, inconformada por terem pegado minha pedra.

“Ei, essa pedra é minha!”, exclamei sem nem ao menos ver o rosto do sujeito. “Tem seu nome nela?”, retrucou uma voz firme e grossa. “Não, mas eu a vi primeiro, devolva”, ainda não o olhava, minha visão estava embaçada. “Mentira! Eu a vi primeiro, portanto me pertence. Ei, você está bem?”, eu respondi grossa: “não me venha com essa falsa preocupação, quero minha pedra de volta”, “não mesmo, é minha”, ele respondeu seguro. “Falo sério, você está bem? Deixe-me ajudá-la”, disse aproximando-se, “Acho que alguma coisa entrou no meu olho, vê algo?” perguntei, provavelmente com o olho já vermelho, “Já sei o que é, um resto de espinho de ouriço, vou tirar. Um, dois...”. “Espere, isso vai d-”, nem mesmo terminei a frase e ele gritou: “TRÊS! Pronto”, “Só isso?” perguntei, “Sim. Como posso chamá-la menina da pedra?”, “Julié (lê-se Juliê), e você menino da pedra?”, “Me chamam de Roman, prazer em conhecê-la”.

De tanto conversar com Roman até esqueci-me da pedra. O sol ia ficando cada vez mais forte e já era quase hora do almoço, portanto teria de voltar para casa. Despedi-me dele, coloquei o short e a blusa, calcei a rasteirinha e voltei. Roman era, particularmente, lindo. Seu rosto perfeitamente desenhado possuía olhos da cor verde escuro e um sorriso encantador. Seu cabelo era de um preto escuro, curto, seu corpo moreno possuía os músculos definidos. Reparei que Roman possuía uma cicatriz no ombro esquerdo, próxima ao pescoço e usava uma corrente prata com algo escrito, mas não pude ler. Cheguei em casa e o cheiro delicioso de comida invadia o ambiente, eu estava morrendo de fome e já estava tudo pronto, então sentei e almoçamos juntos. Hoje era o dia da faxina, então depois do almoço Nate pegou o aparelho de som do seu quarto, colocou na sala e ligou-o, colocou em uma rádio qualquer e começamos o trabalho. Primeiro eu e minha mãe cuidamos da cozinha e depois do banheiro, enquanto isso Nate e meu pai limpavam o chão, vidros, tiravam pó e etc., meus avós a parte da frente da casa e o jardim dos fundos. Cada um limpou seu quarto e todos ajudaram na sala de estar e de jantar, menos meu pai e Nate que foram limpar o estábulo. Depois de a casa estar limpa fui até o banheiro e tomei banho, coloquei um shorts preto e uma camiseta branca soltinha, calcei um chinelo qualquer e fui caminhar, antes peguei uma maçã e enquanto comia fui andando. Parei de andar e já tinha acabado a maçã.

sábado, 23 de julho de 2011

Uma história, parte 1

Bom, primeiro que eu não voltei, só vim aqui pra postar aquele último texto que eu lhes prometi, porém como é meu último texto, queria fazer algo "especial", então ele ficou um pouco grande demais, então será postado em partes. Ah, e desculpem, infelizmente não consegui pensar em um título, então será "uma história". Espero que gostem (:

Uma história, parte 1

Os raios de sol atravessavam a cortina do meu quarto e batiam em meu rosto, esquentando-o. Sentei na cama e me espreguicei com calma, não estava com pressa. Não hoje. Abri as cortinas, fechei os olhos e deixei que o sol iluminasse meu corpo por alguns segundos. Apoiei meus cotovelos na janela e minha cabeça nas mãos, abrindo os olhos lentamente, maravilhando-me com a natureza que se encontrava ali, principalmente a majestosa árvore que estava em frente da minha janela, onde residia uma família de pequenos pássaros mesclados em amarelo e branco, que graciosamente cantarolavam sua canção.

De longe avistei vovó caminhando até a casa com uma cesta cheia de frutas colhidas hoje de manhã por ela, e aparentavam estar deliciosas. Levantei da cama, coloquei meus chinelos e fui até o banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes, prendendo meu cabelo em um rabo-de-cavalo alto. Ainda de pijama corri até vovó, que me recebeu com um forte abraço e o seu sorriso que tanto me fazia bem. Ajudei-a com as frutas e fomos caminhando devagar até nossa casa, conversando e apreciando a bela manhã ensolarada de sábado.

“Acordou cedo hoje, Rouxinol”, disse vovó, tirando as frutas da cesta.

Ajudei a arrumar a mesa para o café e logo todos foram aparecendo, minha mãe, meu pai, meu irmão Nate e vovô. Logo após o café fui até o meu quarto, tomei uma ducha rápida e me arrumei para ir à cachoeira. Antes passei no estábulo para ver como estava minha égua, Lights, ela havia machucado a pata alguns dias atrás, então fui vê-la e pelo que parece está se recuperando rápido. Depois fui andando, sozinha, pensando na vida. O sol batia forte em meu rosto, era um dia quente. Por sorte, uma brisa leve também batia em meu rosto, deixando o clima mais fresco e agradável. Na medida em que eu me aproximava da cachoeira a mata em minha volta ficava mais verde e úmida, e o barulhinho da água corrente me trazia uma paz interior imensurável.

De longe pude avistar um cavalo negro majestoso parado na beira do rio, bebendo um pouco d’água e, ao seu lado, estendido em um tronco de árvore encontrava-se uma camiseta, uma bermuda e um par de chinelos azuis. Procurei pelo dono das roupas e, provavelmente, do cavalo. Não encontrei nada, então segui pela trilha.